O funcionamento do corpo humano depende de uma engrenagem precisa. Entre os principais reguladores desse sistema estão os hormônios, mensageiros químicos que controlam praticamente todas as funções vitais: sono, humor, energia, apetite, ganho de massa muscular e até o acúmulo de gordura. Quando há desequilíbrio na produção hormonal, o organismo reage e o metabolismo costuma ser o primeiro a sentir os efeitos.
“O corpo humano é inteligente e se comunica por sinais. Quando há desequilíbrio hormonal, ele responde com sintomas claros: fadiga constante, ganho de peso, dificuldade para emagrecer, perda de libido, queda de cabelo e até alterações emocionais. Esses sinais indicam que o metabolismo não está funcionando como deveria”, explica o médico especialista em nutrologia Vinicius Valença, diretor do Instituto VIV – Emagrecimento & Saúde e presidente da Associação Brasileira de Medicina do Estilo de Vida (ABMEV).
De acordo com o especialista, fatores como alimentação inadequada, estresse crônico, sono irregular e envelhecimento natural influenciam diretamente a produção hormonal. Com o tempo, a capacidade do corpo de equilibrar hormônios como testosterona, estrogênio, cortisol e insulina diminui, afetando a forma como o organismo utiliza energia e armazena gordura.
“O metabolismo lento, que muitas pessoas atribuem à idade, é na verdade uma consequência de múltiplos fatores, incluindo desequilíbrio hormonal. A boa notícia é que, com uma avaliação médica adequada e mudanças de estilo de vida, é possível restaurar esse equilíbrio e melhorar a qualidade de vida de forma significativa”, reforça. O médico destaca ainda que a nutrologia tem papel essencial nesse processo, atuando na análise individualizada do paciente e na identificação de deficiências nutricionais e hormonais.
Segundo Vinicius, o tratamento começa com o diagnóstico preciso. Nem sempre é necessário repor hormônios, em muitos casos, ajustar a alimentação, corrigir carências de vitaminas e minerais e melhorar o sono já é suficiente para reequilibrar o corpo. O uso de terapias hormonais deve ser avaliado com cautela e prescrito apenas em situações específicas, sempre com acompanhamento médico.
“A reposição é uma ferramenta clínica importante, mas não deve ser banalizada. O foco precisa estar em devolver vitalidade, e não em promessas estéticas ou de resultados rápidos”, alerta o presidente da ABMEV, acrescentando que o equilíbrio hormonal é a base de um metabolismo eficiente, envelhecimento saudável e emagrecimento sustentável.
Quando o corpo está em harmonia, o metabolismo responde. “O objetivo da medicina do estilo de vida é justamente esse: ajudar o organismo a funcionar da melhor forma possível, com ciência, equilíbrio e consciência”, conclui.